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Mar & Arte

Artesanato Urbano de Coisas Ligadas ao Mar (e outras)

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Artesanato Urbano de Coisas Ligadas ao Mar (e outras)

14.11.23

88 – Modelismo Naval 6.4.2 – Baleação – Os navios Baleeiros do séc. XIX/XX – O “Charles W. Morgan”


marearte

 

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 (continuação)

Caros amigos

 

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 Nantucket – Massachusetts – EUA

 

 

 

Mastros e Aparelho Fixo

 

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31 – O primeiro mastro montado foi o “Gurupés” que sobressai na proa e que é de razoável tamanho em relação a outros navios. Desempenha duas funções no aparelho do navio. Uma que é a de servir de suporte aos estais das velas latinas de proa a saber, da ponta do gurupés até à base que liga à proa: “sobre de proa”, “joanete de proa”, “bujarrona”, “velacho” e “polaca” esta, mesmo na base do gurupés. Estas velas são essenciais para a manobra do navio. Uma outra  função é a de reforçar os mastros e mastaréus pois os estais saem deles paro o gurupés, dando assim maior segurança á estrutura do navio.

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32 – O gurupés é, digamos assim, a “fechadura” de todos os estais existentes no navio que vão desde a popa até á proa conferindo ao navio uma maior segurança no sentido longitudinal. Está ligado ao casco do navio por uma estrutura de correntes em ferro (os “cabrestos” e os “patarrazes”) bem como “cabos” de grande bitola. Este conjunto é notado junto à proa do navio. Alguns dos cabos que se prolongam ao longo do gurupés serviam para os marinheiros manobrarem as velas de proa. Os cabos (estropos) que são visíveis pendurados em ambos os lados do gurupés, tinham como função aguentar as velas de proa ferradas contra o gurupés, quando não utilizadas.

 

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33 – Ainda quanto ao gurupés nota-se uma espécie de “maca” na base do mesmo, junto à proa, que servia para facilitar a dobragem e ferragem de duas velas cujos estais amarravam no gurupés numa zona do mesmo que já assentava sobre o “beque” da proa.

O segundo mastro (real) a colocar foi o do traquete, já preparado com a plataforma da gávea com as respectivas “bigotas” (3 por cada bordo) que irão servir para as enxárcias do mastaréu da gávea que lhe seguirá. Na base deste mastro existe uma mesa de malaguetas circular onde irão amarrar alguns dos cabos de laborar deste mastro.

 

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34 – Segue-se o mastro (real) do grande, preparado da mesma forma que o anterior. É de notar que, por debaixo da mesa de malaguetas redonda, existe uma outra quadrada, pois a quantidade de cabos do mastro grande é maior.

 

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35 – Por último foi colocado o mastro (real) da mezena da mesma forma que os dois anteriores.

 

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36 – Alguns dos cabos usados no navio necessitam de ser protegidos (“forrados” e “percintados”, na realidade) quer da humidade, quer do desgaste. Esta “maquineta”, feita por mim na totalidade, serviu para simular o aspecto que os caos têm depois dessa operação.

 

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37 – Um cabo de uma das enxárcias a ser forrado e percintado para o modelo. Depois desta operação foram esfregados com cera de abelha para lhes dar uma certa rigidez.

 

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38 – As enxárcias (duas por mastro) depois de construídas, foram colocadas nos mastros. De notar que, antes desta colocação e para dar uma certa solidez à posição longitudinal dos mastros com as diferentes inclinações, foi montado o estai duplo do mastro grande (que já estava preparado quase desde o início) e que também serve de estai provisório para o traquete, bem como o estai da mezena que amarra ao mastro grande.

 

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39 – Nesta fase monta-se também um aparelho de força, um guindaste potente que é manobrado com recurso à “estrinca”, que fica situado entre o traquete e ao convés de proa. Serve essencialmente para puxar para o convés a tira de gordura que ia sendo solta da baleia na estação de desmancho (que fica abaixo da linha branca descentrada que é o “portão” amovível, dessa mesma estação). Tem também utilidade para içar objectos pesados para o convés do navio

 

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40 – Optei, por uma questão de visualização dos pormenores do barco baleeiro, por prescindir da colocação de algumas velas como é o caso das duas da mezena, a Vela de Ré no mastro real e a de Gaftope que envergaria no mastaréu que está por cima, na continuidade do mastro real do traquete.

 

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41 – Aqui, novamente o mastro de gurupés visto por EB, onde se notam os cabos e correntes que o ligam ao casco do navio.

 

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42 – Este é o aspecto do modelo nesta fase, visto por EB

 


As Vergas

 

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43 – No mastro da mezena existe uma única verga transversal (parte esquerda superior na fotografia) onde normalmente não é envergada qualquer vela, donde chamar-se “verga seca” (verga da gata). A verga seca permite trabalhar com os cabos que manobram os “braços” da “vela do grande”

“Bracear” é a manobra de pôr as velas na melhor posição em relação à linha de vento, para tirar dele o melhor partido. É feita com cabos (dois por vela, um a BB e outro a EB). Todas as velas redondas do navio têm cabos para bracear.

 

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44 – As vergas são montadas nos mastros a uma determinada altura do mesmo, com uma “braçadeira” articulada no meio do “terço” (ponto central da verga). Às extremidades afiladas da verga dá-se o nome de “lais”. É nos “lais “ da verga a BB e EB que amarram os “braços” para orientação das velas.

As vergas que apresento aqui dizem respeito ao mastro do “grande” e foram aparelhadas previamente.

Esta é a verga do “joanete” (tomam o mesmo nome da vela que envergam).

 

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45 – A verga “superior da gávea” (existe um verga “inferior da gávea” que trabalha em conjunto, do mesmo tamanho que esta).

 

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46 – Esta é a verga do “grande””

  

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47 – O mastro do “grande” com todas as vergas colocadas (de baixo para cima: verga do “grande”, verga “inferior da gávea”, verga “superior da gávea”, verga do “joanete” e verga do “sobre”.

 

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48 – A colocação de todos os estais do navio, incluindo os “estais de entre mastros” e os “estais da proa”.

 

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49 – Um pormenor, mais aproximado, da “verga seca” (mezena) e da “verga grande” (grande).

Todas as vergas, com excepção da “verga seca” têm, na parte superior, um corrimão chamado “vergueiro do pano”, que serve para envergar as velas.

 

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50 – O aspecto do navio no final desta fase, já com as vergas do traquete montadas. As vergas deste mastro chamam-se, de baixo para cima: “papa-figos”, “velacho de baixo”, “velacho de cima”, “joanete de proa” e “sobre joanete de proa”.

 

As Velas

 

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51 - As velas de proa, em número de quatro, são montadas nos estais que vêm do mastro do traquete para o gurupés e chamam-se, de vante para a ré até ao mastro, respectivamente: “giba”, “bujarrona”, “vela de estai” e “polaca”. Nesta fotografia figuram as  3 últimas que se encontram “ferradas” sobre o “gurupés” com excepção da “polaca” que está envergada e funciona como uma vela de entre-mastros.

 

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52 – Nesta fotografia, numa fase mais avançada da construção do modelo vê-se, no início do gurupés, a “giba”, também ferrada.

  

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53 – As velas do mastro grande, contando do convés para cima são: “grande”, “gávea de baixo” e “gávea de cima” (trabalham as duas em conjunto), “joanete do grande” e “sobre joanete do grande”.

 

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54 – O mastro do “traquete” (o da proa), tem as seguintes velas, contando do convés para cima: “papa-figos” (ante a ré da vela de proa “polaca”, “velacho de baixo” e “velacho de cima” (trabalham os dois em conjunto), sendo a última o “joanete de proa”. A vela que se vê em ciam desta última pertence ao mastro “grande”.

 

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55 – O mastro da mezena, embora eu tenha decidido não montar estas velas para desobstruir a vista dos pormenores do navio enverga também uma “vela de ré de carangueja” e uma “vela de gafetope” no mastaréu que encaixa no mastro real.

  

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56 – Os cabos de laborar do navio já se encontram montados.

 

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 57 – O modelo visto do través de EB 

 

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58 – O modelo visto da amura de EB

 

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59 – O modelo visto da alheta de BB. Além destas velas enverga também “velas de entre mastros triangulares”, “varredouras”, “velas de cutelo” e “cutelinhos”

 

 

(continua)

E por hoje é tudo

Um abraço e …

Bons Ventos