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Mar & Arte

Artesanato Urbano de Coisas Ligadas ao Mar (e outras)

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Artesanato Urbano de Coisas Ligadas ao Mar (e outras)

07.05.22

59 – Modelismo Naval 6.2.3 – Baleação – Uma mini-história


marearte

 

 

 

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Baleias juntas _Paulo Rodrigues.jpg

GENESIS 1:21

E Deus criou as grandes baleias

e toda criatura vivente que se move,

que as águas trouxeram abundantemente conforme sua espécie,

e toda ave alada conforme sua espécie; 

e Deus viu que era bom

(Embora seja evolucionista)

 

(continuação)

Linha de Tempo da Baleação Americana

1 - Baleação Pré-americana nos mares do Atlântico

 

 1 - O Início                                                              Baía Farta/Dungo/Angola - 350.000 anos BCE

Muito provavelmente, o primeiro encontro com contacto entre pessoas e baleias, não se efetuou no mar mas sim em terra, na costa, onde uma qualquer grande baleia encalhou por desorientação, ferimento resultante de luta com um outro “monstro” marinho, ou por simples acaso, e foi encontrada por uma pessoa - ou um grupo de pessoas - que se encontrava na tarefa diária de recolha de alimentos para si ou para a tribo. Assustou-se com o tamanho desmesurado daquele peixe que, moribundo, o fixava com um olho pequeno em relação à cabeça e com estertores no corpo, que rapidamente cessaram.

Depressa o “achador” se apercebeu da possibilidade de aproveitamento daquele “peixe”, como alimento para si e para os seus companheiros.

Muitos “arrojamentos” na costa aconteceram e as pessoas aprenderam a tirar proveito desses acontecimentos, cortando as baleias para alimentação e usando partes dos seus corpos e os ossos para materiais de construção e para fabrico de utensílios diversos.

 

Muito tempo depois...

 

2 - Os Bascos                                                                                                                        1400 / 1700

Num momento qualquer, os homens foram para o mar à pesca e tambem num outro momento aprenderam a caçar baleias, existindo hoje bastantes evidências que documentam esta situação.

Como é que começou a caça à baleia como atividade piscatória?

Todas as evidências só deixam uma imagem pouco focada e levantam algumas dúvidas. Certo, certo é que, tanto os fenícios, como os gregos e os romanos, comiam carne de baleia que pode ter sido obtida através de caça e não só de encalhes de baleias na costa.

 

131 - Golfo de Biscaia-Mar Cantábrico_Atlântico.png

Golfo de Biscaia na costa Norte da Espanha  e Oeste da França – País Basco 

Mar Cantábrico, Oceano Atlântico 

O 1º “campo de caça” dos Bascos

 

Para ter certezas (as possíveis) temos de acelerar a Linha do Tempo e saltar para alguns séculos depois para a costa do Golfo da Biscaia onde os Bascos, por volta do século VII ou VIII, construíram torres de pedra (chamadas vigias) que permitiam a observação do mar e a possível localização de Baleias Francas que, em grande número, frequentavam aquelas águas.

 

132 - Baleia_franca_atlantico_norte_MariannaHagbloom_AndersonCabotCenter_NewEnglandAquarium (1).jpg

Baleia Franca do Atlântico Norte (Eubalæna glacialis)

 

  • Apesar de originalmente ter sido comum por todo o Atlântico Norte, é hoje em dia encontrada essencialmente ao longo da costa norte-americana sendo que a população do Atlântico Norte Europeu está criticamente ameaçada. A WWF calcula a população total de indivíduos desta espécie entre 300 e 350 animais.
  • A sua caça (assim como a de outras baleias-francas), que existiu pelo menos desde o século X, era bastante popular devido à particularidade dos animais abatidos ficarem a flutuar depois de mortos (ao contrário de outras espécies) facilitando o trabalho dos baleeiros, e dando origem ao seu nome em Inglês, “right whale”, ou seja, a "baleia certa", por ser considerada a melhor baleia para caçar.
  • A facilidade com que a baleia-franca-do-atlântico podia ser caçada em grande escala levou a que o seu número se reduzisse de tal forma que por volta de 1700 já tinha perdido a maior parte da sua importância económica.
  • As baleias francas do Atlântico Norte, adultas, medem entre 13-17 metros de comprimento e pesam aproximadamente 40.000 a 80.000 kg.  As fêmeas são maiores que os machos; a maior fêmea medida possuía 18,5 m, enquanto o maior macho possuía 17,1 m. Jovens baleias-francas medem cerca de 4 m. Podem atingir 90 toneladas e supostamente chegar até 106 t. Fonte: Wikipédia

 

Localização feita, e era acionado um sistema de alerta e congregação de esforços que, através de fumo de fogueiras e/ou rufar de tambores ou outra sinalética, convocava os homens para se concentrarem junto a pequenos botes, já prontos para a caça à baleia que saíam em sua perseguição.

Apesar da sua reputação de docilidade, as baleias francas nem sempre eram vítimas fáceis; logo que eram arpoadas podiam rapidamente tornar-se perigosas. Podiam agitar a poderosa cauda e golpear a superfície do mar despedaçando, não por poucas vezes, o bote baleeiro que estava ao seu lado, mesmo à mão (barbatana) de semear. E isto aconteceu não tão poucas vezes como isso.

147 ~Chalupa Baleeira Basca-Reconstrução Arqueol

Um Bote Baleeiro Basco

Destroço arqueológico recuperado 

 

Os bascos sempre foram considerados como exímios pescadores e quando descobriram estes maravilhosos animais, iniciaram a sua perseguição, aprendendo com a prática de tentativa e erro, tornando-se também exímios baleeiros.

Não se sabe ao certo como é que tal “indústria” foi iniciada mas, além da perseguição do lucro económico, o papel da Igreja Católica parece também ter tido algum destaque.

Entre as várias e diversas obrigações dos crentes, impostas pela Igreja, uma havia que lhes interditava comer “carne de sangue vermelho” em dias santos, argumentando que era “quente”, associada ao sexo, que também era uma das proibições em dias santos. Visto isto, como a carne de baleia era vista como “fria” e, aparentemente não levantava problemas libidinosos, tal como a carne das caudas dos castores que também era considerada como “fria”, a Igreja consentia no seu consumo em dias santos.

 

135 - Carne de baleia vendida no Japão.jpg

Carne de baleia vendida no Japão (atualmente)

 

É de recordar que isto se passou em plena Época Medieval, cheia de crendices e assombrações e com pouca, ou nenhuma informação científica. A carne de baleia tinha elevada procura, assim houvesse oferta suficiente. Os bascos contribuíram com uma grossa fatia para essa oferta.

Além da carne que se tornou um produto popular, temos também como derivados, o óleo extraído da gordura das baleias – que servia para lubrificante, para calafetar navios quando combinado com alcatrão e serradura de madeira, no fabrico de sabão, na limpeza da lã grossa usada nas roupas e, na sua mais difundida aplicação, como fonte de luz quando queimado tomando o nome de “Lumera” – bem como as “barbas” que tiveram as mais diversas aplicações. Ao longo da costa, em pontos estratégicos, localizavam-se diversas “estações baleeiras” à dimensão da época, que manuseavam e transformavam os diferentes produtos derivados da caça da baleia.

 

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Diferentes amostras (antigas) de Óleo de Baleia, provenientes de espécies diferentes de baleias

 

Na época medieval os Flamengos, os Franceses, os Islandeses e os Noruegueses também fizeram companhia aos Bascos nestas “caçadas” por todo o Atlântico Norte, mas foram estes últimos que foram melhor sucedidos nesta indústria florescente.

Cerca do ano de 1540 os Bascos expandiram-se até às costas do Labrador e da Terra Nova onde, estima-se, nas décadas de 1560 e 1570 mais de mil baleeiros bascos produziram mais de quinhentos mil galões (1.895.000 l) de óleo de baleia, todos os anos.

 

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Labrador (no continente, à esquerda) e Terra Nova (a ilha) no actual Canadá

 

3 - Cobiça e Confrontos (como não podia deixar de ser)

Os Ingleses, que se encontravam ali bem perto e que observavam como o sucesso batia à porta dos Bascos, no final de 1500 também foram balear, arranjando assim uma forma de iniciar a construção do seu poder económico. As primeiras viagens de baleação foram em direcção à Islândia e à Terra Nova. Mas foi só a partir de 1611, quando se interessaram pela caça mais para o Norte bem perto do Círculo Polar Ártico, que nasceu a indústria baleeira Inglesa. Henry Hudson, o explorador e aventureiro inglês, foi quem chamou a atenção dos ingleses para esta zona.

 

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Henry Hudson

A Companhia de Moscóvia (Muscovy Company), também conhecida por Companhia Russa e também por Companhia Comercial de Moscóvia, fundada em 1555 na Inglaterra, sendo a primeira “companhia anonima fretada”, foi percursora de um tipo de negócios que viria a florescer na Inglaterra (e no mundo "civilizado") e tinha como associados, entre outros, Henry Hudson. Até 1698 esta companhia manteve o monopólio da maioria do comércio da Inglaterra. Um dos associados era o “Principado de Moscóvia”, que tinha o monopólio do comércio com a Inglaterra.

 

  • Uma “companhia anonima fretada” era uma associação com investidores ou acionistas anónimos e cujos direitos eram concedidos por carta régia para fins de comércio, exploração e/ou colonização. Fonte: Wikipédia

                                                                

  • O Grão-Ducado de Moscou (em russo: Великое Княжество Московское), também conhecido como “Principado de Moscou” (княжество Московское), Moscóvia ou Grão-Principado de Moscou, foi a entidade política antecessora do Império Russo. Fonte: Wikipédia

 

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Principado de Moscóvia - Desenvolvimento territorial entre 1390 e 1530.

 

Esta companhia incumbiu Henry Hudson em 1607 da descoberta da Rota do Norte para o Extremo Oriente o que ele não conseguiu, impedido pelo gelo do Ártico. Em contrapartida encontrou uma enorme concentração de baleias ao redor da ilha de Spitsbergen que pareciam baleias francas mas eram, na verdade, Baleias da Groenlândia (Balæna Mysticetus)

139 - Mapa Ilha de Spitsbergen .png

Mapa do arquipélago de Esvalbarda com a ilha de Spitsbergen ao alto, à esquerda

  • Spitsbergen é a maior das ilhas do arqupélago ártico de Esvalbarda, com 23.641 KM2 e 2.500 habitantes, dos quais 60% são noruegueses e 35% russos e ucranianos. É um território sob soberania da Noruega, embora sujeito a um regime específico de acesso aos seus recursos naturais pela comunidade internacional, nos termos do Tratado de Esvalbarda assinado em Paris a 9 de Fevereiro de 1920. Fonte: Wikipédia

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Baleia da Groenlândia (Balæna mysticetus),

  • A Baleia da Groenlândia (Balæna mysticetus), baleia franca da Groenlândia, baleia polar ou baleia russa, é um mamífero marinho da ordem dos cetáceos e da família Balænidæ que vive nas águas geladas e férteis do Oceano Ártico e sub Àrtico. Fonte: Wikipédia

 

Em 1610 a Companhia de Moscóvia enviou uma nova expedição para comprovar as observações de Henry Hudson e, sendo positiva esta comprovação, iniciou a caça à baleia tendo enviado navios baleeiros para a zona do arquipélago de Svalvard, a Este da Groenlândia e a Noroeste da Noruega no mar de Barrents, mas não pediram a concessão exclusiva destes campos de caça.

Durante dois anos caçaram o que quiseram e como quiseram mas, como obtiveram sucesso que depressa chegou ao conhecimento de outras nações, estas apressaram-se a também aproveitar o maná, o que irritou a Companhia de Moscóvia. Em 1613 a companhia solicitou ao rei Jaime I uma carta régia que lhe deu exclusividade do direito às baleias de Spitsbergen.

Nesse mesmo ano a Companhia de Moscóvia enviou 7 baleeiros para a zona, fortemente armados que foram confrontados com quase vinte baleeiros de outros países o que levou a que a temporada fosse de poucas baleias mas cheia de altercações, abordagens e apreensões de carga, como no caso de um navio holandês que foi apresado e levado para Inglaterra com tripulantes ingleses, sendo mais tarde libertado.

Os holandeses também ficaram irritados pois, segundo os anais, a ilha de Spitsbergen não tinha sido descoberta por Henry Hudson já que Willem Barrents o tinha feito anteriormente em 1596, numa viagem também para descobrir a Rota do Norte para o Extremo Oriente. Depois de passar o paralelo 80, Barrents descobriu uma ilha escarpada, com “colinas pontiagudas”, cuja tradução para o holandês é ...“Spitsbergen”, o nome da ilha. Os holandeses resolveram então formar uma nova companhia baleeira e reivindicar a posse da ilha, que lhes foi concedida pelo governo holandês.

 

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A passagem do Noroeste que liga o Atlântico ao Pacífico (traço vermelho)

 

Um apontamento sobre a História da exploração da Passagem do Noroeste

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A Passagem do Noroeste (1874), pintura de John Everett Millais representando a frustração britânica pelas falhas sucessivas na sua descoberta

  • Em meados do século XV os turcos otomanos tomaram o controlo do Médio Oriente, com a Queda de Constantinopla, impedindo as potências europeias de viajar até à Ásia por via terrestre, o que motivou a procura de caminhos marítimos e a era dos Descobrimentos Portugueses e de outras nações.
  • Em 1497, O rei Henrique VII da Inglaterra enviou John Cabot à procura do que os ingleses chamariam Passagem do Noroeste, que seria feita por um lendário Estreito de Anian. Encontrar Anian foi um dos maiores objectivos dos exploradores marítimos dos séculos XVII a XIX. As rotas marítimas mais propícias entre a Europa e o Extremo Oriente passavam pelo sul da América ou de África mas estavam bloqueadas durante o século XVI pelas armadas de Espanha e Portugal.
  • Em 1500, o Rei D. Manuel I de Portugal terá enviado Gaspar Corte-Real à descoberta de terras e de uma "Passagem noroeste para a Ásia". Corte-Real chegou à Groenlândia pensando ser a Ásia, mas não desembarcou. Numa segunda viagem à Groenlândia em 1501, com o seu irmão Miguel Corte-Real em três caravelas. encontraram o mar gelado, e mudaram o rumo para Sul, chegando a terra, que se pensa ter sido Labrador e Terra Nova.
  • Em 1588, durante uma viagem do governador das Filipinas, D. Lorenzo Ferrer Maldonado, o piloto português João Martins conseguiu aquela que foi a primeira conquista da Passagem Noroeste, descobrindo também o que mais tarde se viria a chamar Estreito de Bering.
  • Além de Cabot, navegadores como Martin Frobisher, Willem Barents, Francis Drake ou James Cook exploraram as gélidas e inóspitas águas do norte do Canadá. Alguns acabaram derrotados pelo frio extremo e ventos contrários.
  • A história de James Cook é diferente e reveladora. Como afirma o antropólogo Marshall Sahlins, é um exemplo significativo da relação intercultural entre os exploradores europeus e as populações nativas. Cook, primeiramente recebido como um Deus  (o tão esperado Deus Tono, de acordo com a historiografia Hawaiana), foi recebido com festa e presenteado com a princesa Hawaiana e recebido com uma grande festa, com direito a dez mil pessoas cantando e louvando, na praia, a chegada do tão esperado Deus. Quando o rei Hawaiano Kalaniopu´s percebe o poder que Cook havia conquistado, é organizada uma situação na qual Cook é obrigado a enfrentá-lo. Cook acaba esfaqueado e morto (não se sabe ao certo por quem)  pelas mesmas pessoas que o endeusaram poucas semanas antes. Para mais detalhes, consultar o capítulo 4 do livro "Ilhas de História", de Marshall Sahlins.
  • Henry Hudson também tentou encontrá-la quando explorava a Baía de Hudson, mas foi abandonado pela tripulação amotinada para morrer de fome ou frio. Em 1789, Alexander Mackenzie descobriria o rio que leva o seu nome. Durante um tempo a procura da Passagem do Noroeste foi abandonada.
  • Em 1817 o governo britânico ofereceu uma recompensa de 20 000 libras esterlinas para quem achasse a citada passagem, o que incentivou a organização de numerosas expedições. De todas as que foram feitas a viagem mais trágica foi sem dúvida a de Sir John Franklin, efetuada em 1845, da qual ninguém regressaria vivo.
  • Em 1906 o norueguês Roald Amundsen conseguiu alcançar com um pequeno veleiro a costa pacífica do Alasca após uma viagem de três anos, fazendo a primeira travessia da passagem noroeste do mundo modernoFonte: Wikipédia

 

 No Verão de 1614 os holandeses decidiram impor o seu monopólio e enviaram em direção ao Norte 14 baleeiros escoltados por quatro navios de guerra, cada um com trinta canhões. À sua espera estava uma frota igualmente determinada defendida por navios de guerra da Companhia Moscóvia.

 

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Quase Guerra

Tudo se congregava para acontecer a primeira batalha a nível mundial entre baleeiros. Mas, ao contrário de outros, prevaleceu o bom senso. Em vez de lutarem entre si e arriscar maus resultados os holandeses e os ingleses dividiram os campos baleeiros entre si e procuraram manter todos os outros intrusos afastados, esforçando-se para se estabelecerem como potências baleeiras.

Foi então que John Smith, da Inglaterra, juntamente com 45 homens e rapazes em dois navios, com grandes expectativas, navegaram pelo rio Tamisa abaixo, através do Canal da Mancha e embarcaram numa viagem promissora através do Oceano Atlântico, rumo ao Sul.

 

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Pelo Tamisa, Rumo ao Sul para melhores dias!

 

Bibliografia:

  • "Leviathan - The History of Whaling in America" - DOLIN,  Eric Jay, 2007, W.W. Norton & Company,Inc, New York;
  • "Histórias Conectadas por Mares Revoltos: Uma História da Caça de Baleias nos Estados Unidos e no Brasil (1750-1850)  - CASTELLUCI (Junior), Wellington, 2015, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Brasil;
  • "American Whaling - Chronology" - Roteiro - New Bedford Whaling Museum - acedido em 2022;
  • "History of the American Whale Fishery from its Earliest Inception to the Year of 1876" - Edição Facsimile - STARBUCK, Alexander, 1877, Smithsonion Library, New York.

 

 (continua)

Um abraço e…

Bons Ventos